No vasto espectro de crenças e práticas que compõem o hinduísmo, poucos objetivos são tão almejados quanto o moksha.
Este conceito, que significa “liberação”, é considerado por muitos como o pináculo da existência espiritual.
- Mas o que realmente significa alcançar o moksha?
- E o mais importante: como podemos caminhar em sua direção?
A busca pelo moksha transcende a mera compreensão intelectual.
É uma jornada que desafia nossa própria natureza, convidando-nos a olhar além do ciclo de vida, morte e renascimento.
Para chegar lá, é necessário mais do que seguir rituais; é preciso uma transformação interna profunda, marcada pelo autocontrole e abnegação.
Neste artigo, exploraremos os diversos caminhos que levam ao moksha, reconhecendo a singularidade de cada trajetória espiritual.
Acompanhe-nos nesta caminhada rumo aos princípios que podem nos guiar até a liberação final da alma.
Livro Moksha: Os escritos clássicos de Aldous Huxley -Acesse- Compreender o significado de moksha e sua importância no hinduísmo.
- Identificar as diferentes vias para atingir a libertação espiritual.
- Praticar o autocontrole e abrir mão dos desejos materiais.
- Servir aos outros de maneira altruísta como parte do caminho espiritual.
Tópicos abordados
Compreendendo conceito do Moksha
Originário do sânscrito, Moksha significa liberação, libertação ou liberdade, sendo o ápice dos anseios humanos segundo a tradição védica.
Representa o nível mais elevado da jornada do yoga, sendo descrito como o último dos “purusharthas” – os propósitos essenciais da vida.
A busca por moksha é um caminho para a libertação de amarras emocionais, condicionamentos físicos, karmas, pensamentos limitantes e até mesmo do ciclo do tempo e da morte.
Simboliza uma transformação profunda na percepção sobre si e um resgate da alma, pondo fim ao ciclo do sofrimento.
Dentro da filosofia hindu, moksha é considerado o mais alto grau de realização espiritual, um estado elevado de consciência também reconhecido no budismo e jainismo, embora com diferentes interpretações.
Alcançar este estado de consciência exige um comprometimento genuíno, dedicação e um contínuo autodesafio.
Não obstante a complexidade dessa meta, a jornada de aprendizado é tão significativa quanto o destino final.
E sim, é uma jornada estimulante e plenamente possível!
Afinal, estamos em constante aprendizado, inclusive ao lidarmos com emoções súbitas como a raiva ou a tristeza.
O segredo está em compreender que temos a capacidade de nos libertar daquilo que consideramos nocivo, transformando adversidades em oportunidades de crescimento.
Hoje em dia sabemos muito bem que o Yoga se tornou bastante popular no Ocidente e isso é uma coisa boa.
Ao mesmo tempo, percebemos também um grande apego apenas na prática dos āsanas (posturas) deixando de lado o real objetivo do yoga.
“A posição é dominada quando se elimina a tensão e se medita no infinito”
Yoga Sūtra, II:47
Devemos sim praticar os āsanas, mas sempre com a consciência sobre o que estamos buscando, para evitar que nosso ego seja inflado ao ponto de buscarmos apenas a flexibilidade.
O sentido do moksha é obter a consciência de ser livre.
Moksha: os 2 estágios da libertação espiritual
A jornada rumo ao moksha, ou libertação espiritual, inicia-se aqui e agora, mesmo durante nossa existência terrena.
No entanto, para vivenciar o estado de liberdade transcendental, é imprescindível o encontro e a orientação de um Gnani Purush vivo – um ser que atingiu a Autorrealização.
Sob sua orientação, você pode começar a sentir a leveza da alma, libertando-se da infelicidade que costuma pesar sobre a vida cotidiana.
O segundo estágio do moksha é uma conquista ainda mais profunda e definitiva: a liberação total de todos os karmas acumulados.
Esta etapa corresponde à dissolução completa de qualquer vínculo com os elementos materiais – é como se nenhum átomo pudesse mais reter sua alma.
Para atingir tal estágio, é necessário vivenciar plenamente a Alma em sua última encarnação terrena, utilizando o corpo humano como um instrumento de percepção universal, capaz de compreender cada partícula do cosmos, e assim, finalmente, alcançar a salvação eterna.
Após essa jornada de revelações e experiências extraordinárias, a alma ascende ao Siddha Kshetra, o lar supremo das Almas completamente libertas.
Yoga como ferramenta de libertação
No coração do yoga, encontramos o Moksha, uma viagem fascinante em busca do autoconhecimento.
É nesse caminho que você aprende a abraçar a própria essência, aceitar os demais e ver o mundo sob uma perspectiva genuína.
O moksha é libertação: libertar-se de traumas passados, de sentimentos nocivos e de percepções distorcidas sobre si que anteriormente restringiam o espírito.
Essa prática sublime promove uma consciência aguçada de si, fomentando o crescimento pessoal e o triunfo diário sobre os desafios.
Nos convida a um conhecimento profundo, isento de críticas severas, revelando a verdadeira natureza de quem somos.
A busca pelo moksha e a compreensão de seu significado transcendental reduzem o vazio interior e cultivam a aceitação plena de que somos a totalidade do que procuramos.
Trata-se de uma jornada para superar a ignorância e o apego a bens materiais e desejos efêmeros, como o dinheiro, o ego, a ganância e a ânsia por poder.
A liberdade alcançada através do yoga permite-nos reformular a crença limitante de que o “Eu” é algo restrito e infeliz, compreendendo que grande parte do sofrimento humano brota de conceitos errôneos que lhe são atribuídos.
O yoga é a arte de explorar e vivenciar, inclusive através de falhas e acertos, aprendendo com cada passo.
Com a prática, desenvolvemos a consciência de nossas imperfeições e trabalhamos as angústias internas, com o objetivo de ofertar ao mundo a melhor versão de nós mesmos.
Em um mundo acelerado, repleto de compromissos e urgências, o yoga surge como um oásis de paz, expandindo as fronteiras da mente e dissolvendo as barreiras autolimitantes.
Quando se alcança o moksha, você transcende as limitações impostas pelas circunstâncias, pelas emoções e pelas situações ao seu redor, emergindo como um ser verdadeiramente livre.
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Conclusão
A jornada para o moksha é uma exploração de profundidade e autenticidade próprias.
Uma experiência que transcende a prática física e se aprofunda nas camadas do ser.
Ao longo deste artigo, pudemos entender um pouco mais sobre como o caminho do yoga nos conduz à libertação espiritual, ensinando-nos a harmonizar corpo, mente e espírito.
Concluímos que o moksha não se trata de um destino a ser alcançado, mas sim de um estado de ser, uma forma de viver a vida plenamente, com compaixão, desapego e sabedoria.
É um convite para que cada um de nós reconheça e realize seu verdadeiro potencial, liberando-se das correntes da ignorância e das limitações autoimpostas.
Portanto, encorajo você a adotar a prática do yoga não apenas como um exercício para o corpo, mas como um meio para alcançar a verdadeira realização.
Que possamos, através dessa prática milenar, trilhar um caminho que nos guie à compreensão, aceitação e, finalmente, à liberação.
Que o moksha seja o farol que ilumina nossa jornada, proporcionando paz, equilíbrio e, acima de tudo, a liberdade de ser quem realmente somos.
Namastê.
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