Quem foi Patanjali? O esplêndido autor dos Yoga Sutras

Se você também deseja saber quem foi Patanjali, seja bem-vindo (a) a uma jornada pelo tempo e pela sabedoria ancestral.

Neste artigo, vamos desvendar um pouco da enigmática figura de Patanjali, um nome que ressoa entre os praticantes e estudiosos do Yoga com reverência e curiosidade. Mas quem foi ele, afinal?

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Uma estátua moderna representando Maharishi Patañjali, em Yog Peeth, Haridwar

Embora estejamos separados por vários séculos, a influência de Patanjali continua viva, especialmente por meio de sua obra prima: os Yoga Sutras.

Este texto, repleto de conhecimento e orientação, é considerado o manual definitivo do Raja Yoga, o “Yoga Real”.

Por que Patanjali é tão importante?

  • Os Yoga Sutras são a base para o entendimento prático e filosófico do Yoga.
  • Escrito há mais de 1.700 anos, esta coleção é composta por 195 aforismos (sutras).
  • Oferece um guia detalhado para a transformação pessoal e espiritual.
  • Os sutras são estudados e respeitados por praticantes em todo o mundo.

Ao mergulharmos nas profundezas dos sutras, nos deparamos com uma série de ensinamentos que moldaram a prática do Yoga como a conhecemos hoje.

Mas para apreciar verdadeiramente esse tesouro, é essencial conhecer o seu autor. Prepare-se para explorar a vida, as lendas e o legado do enigmático Patanjali.

Quem foi Pátañjali e em que época viveu?

Patanjali, amplamente reconhecido como o grande sistematizador do Yoga, teria vivido em um período que oscila entre 200 a.C. e 400 d.C.

Ao redor de sua figura histórica, proliferam fascinantes lendas, dentre elas a crença de que era a encarnação da divina serpente Ananta.

A sabedoria contida em seus ensinamentos transcende o tempo, permanecendo tão relevante e aplicável quanto no momento de sua concepção.

Tal é o seu valor intrínseco que tem sido preservado e repassado através das gerações, mantendo-se vivo no coração da prática de Yoga.

A verdade é que ninguém sabe toda a verdade e nem mesmo exatamente quando o sábio Patanjali teria vivido.

Alguns especialistas acreditam também que ele escreveu numerosas obras sobre Ayurveda (medicina tradicional indiana), bem como sobre gramática sânscrita, o que poderia torná-lo um personagem da Renascença.

Levando em conta que tenha escrito  os Yoga Sutras no formato de aforismo (texto curto e sucinto) podemos dizer que ele realmente viveu entre os séculos II e IV a.C, uma vez que foi nessa época que essa forma de escrita estava no auge.

Vamos com um pouco de histórias para nos ajudar a esclarecer melhor a existência de Patanjali e assim você poderá tirar melhor suas próprias conclusões.

Este livro é um verdadeiro tesouro para ser lido e relido por aqueles que buscam trilhar um caminho espiritual.

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História sobre o nascimento de Pátañjali

De acordo com uma das lendas sobre o nascimento de Patanjali, diz que Vishnu se encontrava relaxando sobre a serpente de mil cabeças, chamada Ádishesha, quando de repente se deparou com o deus Shiva dançando e ficou maravilhado.

De imediato, seu corpo começou a vibrar de tal maneira no ritmo da dança que a serpente começou a ficar incomodada. 

Quando a dança encerrou,  Ádishesha questionou ao deus o que tinha acabado de ocorrer.

Quando escutou a respeito da dança, o deus serpente se mostrou bastante empolgado em aprendê-la com o intuito de fazer uma apresentação para Vishnu.

Isso mostrou ao deus Vishnu uma tremenda devoção por parte da Ádishesha e lhe prometeu que Shiva iria recompensá-lo por esse ato e que na sua encarnação seguinte, viria como aquele com a missão de abençoar a humanidade com sua sabedoria.

Um encontro inusitado. Goñiká, que era uma yoginí extremamente virtuosa e queria muito um filho com o qual poderia compartilhar toda sua sabedoria obtida por meio do Yoga.

Ao mesmo tempo, Ádishesha estava questionando sobre quem iria ser a sua mãe.

Goñiká então teve a ideia de fazer uma oferenda ao deus sol, Súrya, para ter um filho. 

Quando presenciou aquele ato, Ádishesha soube de imadiato que Goñiká seria a mãe que ele tanto desejava.

De repente Goñiká viu uma pequena serpente surgir em suas mãos e se transformar em humano.

Ádishesha fez o pedido formal para que fosse aceito como seu filho e após aceitar, Goñiká lhe deu o nome de Patanjali, que quer dizer ‘aquele que caiu do céu durante a oferenda.’ Páta significa caído e añjali, oferenda.

Após a encarnação de Ádishesha, sua representação tomou a forma de nága, uma criatura metade homem e metade serpente, possuindo 4 braços onde suas mãos seguram os atributos de Vishnu: a concha e o disco, realizando o gesto da oferenda, añjali mudrá, colocando a benção em todos que buscam a verdade do Yoga.

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Os yoga sutras

O Yoga Sūtra de Patañjali é uma joia da literatura espiritual e um marco na compreensão da mente humana.

Datada de mais de dois milênios, essa obra é um farol que ilumina o caminho dos praticantes de yoga em busca de sabedoria e autoconhecimento.

O texto é composto por 195 sutras – aforismos concisos.

A sabedoria contida nos sutras é um legado inestimável, um presente preservado e transmitido com reverência por mestres dedicados ao longo dos séculos, e que ainda hoje oferece um mapa para a jornada interior em direção à paz e ao entendimento verdadeiro do Eu.

Navegar pelo Yoga Sūtra é, portanto, mais do que um estudo; é uma expedição ao núcleo do ser, onde a quietude da mente e a clareza do conhecimento se revelam como as joias mais preciosas na coroa do autoconhecimento.

O texto serve como um guia para a jornada interna e o crescimento pessoal, orientando os praticantes na busca de um estado de consciência onde a paz e a clareza são predominantes.

Portanto, o Yoga Sūtra não é apenas um manual para a prática física, mas sim um tutorial para a liberação (moksha) e a realização do potencial humano pleno.

Com efeito, o estudo e a aplicação dos ensinamentos contidos no Yoga Sūtra são fundamentais para quem busca não somente a saúde física, mas também uma profunda transformação espiritual e mental.

Contexto histórico

Na tapeçaria filosófica da Índia antiga, seis sistemas de pensamento clássicos, conhecidos como Darśanas, emergiram para iluminar os caminhos da sabedoria.

  • Yoga
  • Nyāya
  • Vaiśeṣika
  • Sāṃkhya
  • Mīmāṃsā
  • Vedānta

Dentre estes, o Yoga se destaca como um método profundamente introspectivo e prático, visando a libertação através do domínio da mente e do corpo.

Os Sūtras desempenham um papel crucial na preservação da sabedoria ancestral indiana, celebrado por sua capacidade de integrar e adaptar-se a diferentes filosofias e práticas religiosas.

Ao codificar o Yoga como um sistema aberto, Patañjali não apenas consolidou um caminho para o despertar espiritual, mas também criou uma ponte entre diversas correntes de pensamento, permitindo que essa ciência da mente e do espírito transcendesse barreiras culturais e se perpetuasse através dos séculos.

Ensinamentos

O Yoga Sūtra de Patañjali emerge como um farol de sabedoria, iluminando a complexidade da mente humana e oferecendo um norte para aqueles que buscam uma existência mais consciente e plena.

Ao entendermos a essência deste texto, vislumbramos um caminho prático para aplicar seus ensinamentos no cotidiano, transcendendo as barreiras de crenças e culturas.

A prática do Yoga retratada por Patañjali é pródiga em sua capacidade de se adaptar aos indivíduos, suas circunstâncias e suas jornadas espirituais singulares.

O texto apresenta uma prática de Yoga que é ao mesmo tempo rigorosa e tolerante, revelando-se acessível a todos os que se aproximam com sinceridade.

Não se trata apenas de uma série de instruções; é uma convocação para uma exploração interna profunda, que ressoa de maneira única com cada praticante, respeitando o ritmo e o esforço pessoal na jornada rumo ao autoconhecimento.

A prática do Yoga

A introspecção e autoconhecimento são elementos cruciais para uma prática eficaz do yoga.

Ao mergulhar nos ensinamentos de Patañjali, vpcê será capaz de desvendar o potencial transformador do yoga, que se estende para além da esfera física, alcançando o equilíbrio mental e emocional.

Os benefícios dessa prática milenar são inúmeros e abrangem o corpo, a mente e a vida em geral.

Através de uma execução consciente das posturas (asanas), técnicas de respiração (pranayama) e meditação, o yoga promove o aumento da flexibilidade, a melhoria da capacidade respiratória e a redução do estresse, contribuindo para um estado de bem-estar integral.

Ao fomentar a concentração e o foco, a prática do yoga torna-se um poderoso aliado na manutenção da saúde mental, essencial em um mundo onde os desafios psicológicos são cada vez mais presentes.

O pai do Yoga

Agora que você já sabe quem foi Pátañjali, fica mais compreensível saber que ele é considerado por muitos como “o pai do Yoga”.

Mas isso não significa que a Yoga nasceu a partir daí, afinal, antes de Pátañjali, Shiva certamente teve sua participação na criação e disseminação da prática.

Porém, foi Pátañjali quem resumiu o Yoga em sua composição literária sânscrita que teve como finalidade facilitar a compreensão de um assunto tão profundo.

Um livro obrigatório para você que busca entender os Sutras na sua essência.

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Conclusão

Assim, chegamos ao fim de nossa jornada pelo legado de Patanjali, um ser cuja vida e obra deixam marcas profundas até os dias de hoje.

Embora envolta em mistérios e lendas, a importância de Patanjali para o Yoga é indiscutível, e seu ensinamento é uma bússola para todos aqueles que buscam autoconhecimento e equilíbrio.

Os Yoga Sutras, atribuídos a ele, continuam a iluminar o caminho dos praticantes, transmitindo a essência do Yoga com clareza e profundidade.

Mais do que um guia para a prática física, os sutras são um convite à reflexão e compreensão de que somos todos parte de uma trama cósmica mais ampla e intrincada.

Patanjali, seja como uma encarnação divina ou um sábio humano, nos ensina que a busca pelo divino começa com a transformação interior.

Seu legado não está apenas nos textos que deixou, mas também na inspiração que provoca em cada pessoa que se permite entrar em contato com a sabedoria do Yoga.

Que possamos, à semelhança de Patanjali, cair do céu das ideias e aterrissar no solo fértil da prática, onde a verdadeira transformação ocorre.

Que o gesto do añjali mudrá não seja apenas uma representação, mas um reflexo da nossa entrega e devoção ao caminho do crescimento espiritual.

Que os ensinamentos de Patanjali continuem a ser a luz que nos guia e que, como Goñiká e Ádishesha, possamos nos unir no propósito de levar adiante a chama da sabedoria ancestral, iluminando as trilhas de todos aqueles que vierem depois de nós na busca pela verdade do Yoga.

Namastê.

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